sábado, 11 de abril de 2009

MAMÃE

Hoje meus olhos choram, minha carne treme e meu coração pulsa incessantemente.

Tenho medo de que o futuro não seja tão promissor quanto me parece, a cada dia que passa sinto - me mais velho e incapaz de realizar todos os sonhos e desejos com os quais sempre tive em mente. Vejo-me como mais um no meio da multidão, sem nome ou sobrenome, apenas mais “UM”!
Não sei se sou capaz de mudar minha atual situação, às vezes me sinto esquecido, abandonado por qualquer força maior na qual acredito.

Sinto-me fraco, cansado, extremamente exaurido, como se carregasse o peso do mundo sobre meus ombros sendo chicoteado pela velocidade dos acontecimentos em minha vida e eu me tornando um mero expectador do que posso chamar com propriedade de vida infeliz e ínfima!!

Não quero receber créditos por benfeitoria e nem descrédito e críticas por erros e inconsequência.

Não sei se a vida me deu a maturidade suficiente para comandar minha própria vida e nem sei se um dia a terei, mas que comer o pão que o diabo amassou foi uma constante, disso tenho absoluta certeza... Será que um dia serei capaz de ter uma boa noite de sono na qual possa não me preocupar se terei o que comer, onde dormir ou até mesmo o que vestir no dia seguinte???

Não pensar se consegui causar o máximo de boa impressão hoje para garantir mais uma famigerada oportunidade amanhã.
Cansei de me humilhar comendo os restos do que outros foram capazes de conquistar ou que seus pais um dia conquistaram para que eles tivessem uma vida com uma garoa e não uma tempestade como se tornou a minha.

Como gostaria de dormir e acordar no mesmo lugar, sem ficar na dúvida de onde exatamente que estava dormindo no segundo anterior.
Sempre quis criar raízes num só lugar, por em prática à política da boa vizinhança, levar meu filho a escola, ao futebol e no fim de tarde na pracinha do bairro para brincar sob meu olhar atento e preocupado se ele estará se divertindo, justamente por saber que não tive isso de meu pai, uma infância, um momento de criança.

Coisas corriqueiras que me fizeram falta na infância e hoje sinto um vazio por isso, como gostaria de ganhar uma festa de aniversário surpresa ou simplesmente um ovo de Páscoa daqueles bem grandes que todas as crianças da família ficam querendo um igual, ou até quem sabe aquele tênis da moda do seu ídolo de desenho animado preferido do momento...ou um pequeno gesto de carinho como ouvir seu pai dizer...”Filho, Papai te amo”!

Queria tanto um colo de mãe, daquelas mães que só se vêem nos filmes de contos de fadas em que o final é sempre... ”E viveram felizes para sempre”!
Um amor incondicional, que não pede nada em troca, não cobra resultados por nada, um amor na mais pura essência da palavra, na sua forma mais sutil e singela, que não traga o ranço da desconfiança apenas a gentileza de ser a pessoa que me gerou, que me trouxe a vida e que daria sua vida por mim sem nem pensar se esta fazendo a coisa certa ou errada.

Eu só queria sentir por um segundo o amor de mãe, deitar-me em seu colo e me debulhar em lágrimas pelo simples fato de estar feliz de tê-la ao meu lado mesmo que por um mísero segundo.

Mãe onde quer que você esteja lembre-se sempre que meu amor é capaz de superar qualquer distância, ou momento de ausência sua, e que mesmo quando eu estiver com noventa anos lembrarei de você como se fosse o menino que tinha nove anos quando te viu pela última vez!!!

Com muito amor

Seu filho Leonardo Romão!

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"E Que Toda Energia Negativa Que Chegue Até Mim, Se Transforme Em Amor"