segunda-feira, 3 de junho de 2013

VÍTIMAS DO ACASO

"Eu passei e te vi! É, você estava parada bem ali."

Chovia bastante e era noite, seus cabelos negros molhados e sua camiseta branca quase que transparente, tentei não desviar meu olhar, tsc, tsc.

Tentativa em vão, me hipnotizei ao de ponta cabeça te admirar.

Sua pele, estremecendo num arrepio longo, o olhar preto feito jabuticaba, os braços cruzados ao longo do corpo, como que suplicando um abraço aquecedor.

Não me contenho e te tomo em meus braços, no céu a chuva aumenta seu compasso e nós dois ao passo do acaso nos banhamos entrelaçados em dois corpos molhados, logo surge um beijo sôfrego e suado.

Meros desconhecidos, amantes inveterados, dois loucos apaixonados, adjetivos não nos faltam.

Sem fôlego, cansados, despidos, amados, nós dois!?

Vítimas do acaso! Que o nosso crime nunca seja revelado!